Licitação do Trem Intercidades é adiada.



A licitação da parceria público-privada (PPP) para a implantação do Trem Intercidades (TIC) vai ficar para 2020, informou ontem o governador João Doria (PSDB). O projeto vai exigir R$ 7 bilhões em investimentos. No próximo dia 5, o principal entrave ao projeto será resolvido com a prorrogação do contrato de concessão da Rumo Logística - no aditivo ao contrato, o governo federal vai impor, entre as condicionantes, a liberação da faixa de domínio da ferrovia de cargas, entre Americana e São Paulo, para implantar o trem de passageiros. Na primeira fase, o trem ligará a Capital a Campinas.

O vice-governador Rodrigo Maia (DEM) informou que até o final do ano, o governo do Estado colocará em consulta pública o edital da PPP, para o trecho São Paulo e Campinas. A extensão até Americana ficará para uma segunda fase.

O uso compartilhado entre trens de carga e de passageiros na ferrovia entre Jundiaí e Campinas não enfrentará problemas, porque a Rumo já assinou um termo de compromisso com o governo do Estado, quanto a utilização do trecho. É uma ligação que tem maior vocação para o transporte de passageiros, por ser contígua ao trecho da CPTM e também por ter o maior contingente populacional. Segundo a concessionária, esse trecho tem pequeno tráfego de cargas e pode ser compartilhado. Mas há dificuldades para o trecho entre Campinas e Americana, que tem maior densidade de cargas e torna, segundo a concessionária, o compartilhamento inviável com trem de passageiros.

O projeto da Capital a Campinas prevê dois tipos de serviço. Um, expresso, que circulará em trecho de 102 quilômetros, com três paradas (Barra Funda, em São Paulo, Jundiaí e Campinas), com tempo de viagem estimado em 60 minutos. Outro, da linha 7-Rubi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), terá serviço parador, para atender Valinhos, Vinhedo, Louveira e Jundiaí e que se integrará com a linha 7 em Francisco Morato. O parador terá 65 quilômetros de extensão e nove paradas. A linha 7, no trecho Luz-Jundiaí terá 60,5 quilômetros, com 18 estações e demanda de 442 mil passageiros por dia.

O governo do Estado já está trabalhando com o Banco Mundial (Bird) na estruturação financeira da ferrovia a partir de estudo de algumas modelagens (técnica, jurídica, econômico-financeira) para viabilizar a implantação do TIC. O governo busca a que for mais rápida, menos burocrática e mais benéfica aos usuários."A utilização dos trilhos já existentes vai pular etapas. Se tivéssemos que construir uma nova ferrovia, haveria necessidade de licenciamento ambiental e de desapropriações. Também estão sendo feitos estudos de demanda, de possibilidades de receitas acessórias ao concessionário", afirmou.

O governador disse ontem que pretende licitar no próximo ano o trecho São Paulo ao Vale do Paraíba do Trem Intercidades e o ferroanel. "Vamos fazer captação de recursos de investidores chineses, japoneses e espanhóis que já demonstração interesse em investir nesse modal no Estado", afirmou.

Fonte: Revista Ferroviária