Governo aguarda relatório para atestar viabilidade de estender trilhos de Jundiaí à região de Campinas.

O estudo que vai atestar a viabilidade da extensão dos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) de Jundiaí a Campinas está concluído, mas o governo do Estado ainda aguarda os relatórios finais que estão sendo elaborados pela Oficina Engenheiros Consultores Associados S/C, para divulgar se o projeto, defendido por prefeituras, deputados, associações será possível de se executado.

A extensão do trem de subúrbio é parte de um amplo estudo sobre a mobilidade na chamada macrometrópole paulista, que engloba as regiões metropolitanas de São Paulo, Santos e Campinas, além das regiões de Sorocaba, São José dos Campos e o aglomerado urbano de Jundiaí.

A empresa que fez o estudo não informou se a ligação é possível, economicamente viável e desejável.

O coordenador de Planejamento e Gestão da Secretaria de Transportes Metropolitanos, Saulo Pereira Vieira, disse ontem, durante ciclo de conversas realizado em Campinas sobre mobilidade urbana e integração nas metrópoles, que os estudos irão mostrar a melhor solução técnica e operacional para acolher a demanda da região.

Com o Salão Vermelho da Prefeitura lotado, o debate reuniu prefeitos da região, vereadores, deputados e entidades em um tema onde há consenso — ligar Jundiai, Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas pelo trem de subúrbio, para que seja o embrião de uma rede metropolitana de transporte sobre trilho na região metropolitana.

O presidente da Frente Parlamentar de Logística, Gerson Bittencourt (PT), disse que a ligação por ferrovia é essencial porque as estradas já não dão mais conta de integrar as cidades. “O movimento está avançando e conseguimos que o governo do Estado, que antes descartava totalmente a proposta, contratasse estudo e já avaliasse a possibilidade de termos os trens da CPTM até Campinas”, afirmou.

A partir das informações do estudo, a Secretaria de Transportes Metropolitanos, vai elaborar um conjunto de diretrizes para novos eixos que demonstrem viabilidade para o transporte de passageiros sobre trilhos. Embora a ferrovia vá até a Capital, a proposta é que ele seja um trem metropolitano, ligando Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí e mais cidades até São Paulo.

Os trens da CPTM da linha 7, que ligam a Estação da Luz a Jundiaí, param em 17 estações atualmente. Como trem suburbano, embora sua velocidade atinja entre 80 e 90 quilômetros por hora, ele roda de 30 a 35 quilômetros por hora por causa das paradas.

Os investimentos serão altos para a extensão, sem contar que de Jundiaí a Campinas a ferrovia está concessionada, para carga, à Brasil Ferrovias. Será preciso negociar com a concessionária para usar os trilhos. Além disso, os trens da CPTM são movidos à energia elétrica e será necessário fazer a eletrificação da rede (os trens de carga são a diesel).

Ter ligação ferroviária, disse o presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Sérgio Benassi, é uma questão de tempo. “Ela terá que sair, porque as estradas já não comportam mais veículos. A pressão dos municípios certamente dará resultado”, afirmou.

Fonte: RAC