Indústria Ferroviária Brasileira está em pleno crescimento, garante presidente da ABIFER.
Postado em: 21-08-2014 por:cptmcampinas | Visitas: 2.863 | Comentários:0
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Vicente Abate apresentou dados que demonstram o reaquecimento do setor ferroviário no país em Audiência Pública realizada em Americana
O reaquecimento do setor ferroviário no Brasil e as perspectivas do transporte público para a próxima década foram apresentados pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), Vicente Abate, na Audiência Pública ocorrida na noite de quarta-feira, 13, na Câmara de Americana, que debateu a importância do trem de passageiros para a região.
O discurso do especialista agradou os integrantes da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Transporte Ferroviário das Regiões de Campinas e Jundiaí que desde 2011, reivindicam a retomada do trem de passageiros no interior paulista, como forma de melhorar a mobilidade urbana em todo o Estado. “O cenário está mudando e é altamente favorável à indústria ferroviária. Os baixos níveis de investimento em infraestrutura de transporte ocasionaram problemas no Brasil, agora é hora de recuperar”, afirmou Abate.
A Audiência Pública foi conduzida pelo coordenador da Frente, o presidente da Câmara de Valinhos, Lorival Messias (PROS), em atendimento a uma solicitação do vereador Profº. Luiz Renato de Americana (PCdoB), grande incentivador do movimento na cidade. Também integraram a mesa, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas Ferroviárias Paulistas, Ariovaldo Bonini; o vereador de Hortolândia, Cleuzer Marques (PT), o “John Lenon” e o vereador Marco Antonio Alves Jorge (PDT), o Kim, também de Americana.
Segundo os dados apresentados pela ABIFER, na última década (2003 a 2013) foi investido no setor ferroviário R$ 1,5 bilhão, enquanto que a previsão entre 2014 a 2016 é de R$ 400 a R$ 600 milhões.
Em termos de PIB, o percentual de investimento em infraestrutura projetado entre 2010 a 2020 será de 1,6%, média bem próxima do que foi investido nas décadas de 70 e 80 no Brasil quando os investimentos foram de 1,8%.
Entre 1980 a 2010, o investimento médio em transporte foi de 1,2%, ou seja, em dez anos serão investidos mais do que nos últimos 30 anos. No entanto, em número de passageiros transportados, o número ainda é bem inferior: na década de 60 eram 100 milhões ao ano, atualmente são 5,5 milhões.
Abate também falou sobre os 37 anos de atividade da associação, os tipos de tecnologia empregada na fabricação dos trens, tempos estimados de percurso, categoria e padrão interno dos carros de passageiros e outros detalhes técnicos do setor. “Eu não tenho dúvidas da expansão ferroviária, até mesmo as empresas que lidam com transporte rodoviário têm interesse nesse crescimento, não há competição”, afirmou.
Região está engajada para volta do Trem Regional
O anfitrião da noite, vereador Profº. Luiz Renato, disse que por meio deste ato, Americana estava oficializando sua luta para o retorno do trem de passageiros. “O bom senso indica que o trem nunca deveria ter sido retirado, temos que reparar esse dano o quanto antes. O retorno do trem faz parte de um grande plano de mobilidade nacional, tenho certeza que ele chegará até nossa cidade e em breve nos ligará até Santos”.
O coordenador da frente, Lorival Messias, destacou em seu discurso que o movimento pelo retorno de passageiros na região completou 3 anos no último dia 12 de agosto. “Nesses três anos pudermos notar que a população está saturada, não aguenta mais um único modelo de transporte operando no país. Queremos um transporte de massa, barato e rápido, até porque essa é a única saída para o Brasil”.
O representante do sindicato lamentou o fato do Brasil ter uma extensa malha ferroviária que atende somente o transporte de carga. “Não consigo compreender por que existe o trem de carga e não o de passageiros. A situação nas estradas é drástica, não se anda mais, perde-se tempo e dinheiro; essa luta começa com um grupo de pessoas unidas para cobrar dos governos, aquilo que eles teriam obrigação de fazer: investir em transporte ferroviário”, cobrou Ariovaldo Bonini.
John Lenon, grande incentivador do movimento em sua cidade, destacou a importância de capacitar mão de obra para atuar na indústria ferroviária. “Hortolândia já foi a capital da indústria ferroviária no país, queremos uma escola profissionalizante em nossa cidade, estamos brigando para esse resgate. Se antigamente havia um lobby rodoviário, hoje temos um lobby ferroviário em todo o país”, afirmou.
O vereador Kim também deu sua contribuição à audiência dizendo que a discussão não passa apenas pelos governantes distantes. “Já ouvimos muitas vezes autoridades próximas querendo retirar a nossa malha férrea para construir estrada; temos que fazer da nossa ferrovia um lugar de passageiros também e não apenas carga”, comentou.